quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Você percebe que cresceu quando suas roupas coloridas e aqueles sapatos que vêm com brindes não cabem mais em você. Você percebe que cresceu quando seus bichinhos de pelúcia vão sendo substituídos por livros, e os deveres de casa vão ficando cada vez maiores. Você percebe que cresceu quando você chega em uma festa e a sua altura não está mais naquelas fitas métricas desenhadas com girafas que ficam ao lado dos brinquedos. Você percebe que cresceu quando você começa a ser julgado por qualquer mínima coisa, e você não pode mais roubar brigadeiro antes do parabéns. Você percebe que cresceu quando para de ganhar brinquedos no Natal, ou qualquer outro presente no dia das crianças. Você percebe que cresceu quando você olha para a sua foto de alguns anos atrás, e depois se olha no espelho, e percebe que você está completamente diferente. Você percebe que cresceu quando você não pode mais assistir aos desenhos animados na televisão, mas, ao contrário, tem de assistir aos noticiários que só falam de morte e violência. Você percebe que cresceu quando seu coração começa a doer por coisas que antes eram consideradas banais… Você percebe que cresceu quando você olha para trás e vê que tudo mudou. E dói. Dói muito.
queria ter ficado criança...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

TRABALHO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER...



O que é violência contra a mulher?



A violência contra a mulher é “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.  


De onde vem a violência contra a mulher?

Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e que os homens são mais fortes e superiores às mulheres. É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades às mulheres.
Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na raiz de tudo está a maneira como a sociedade dá mais valor ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na forma de educar os meninos e as meninas. Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas são valorizadas pela beleza, delicadeza, sedução, submissão, dependência, sentimentalismo, passividade e o cuidado com os outros.


Por que muitas mulheres sofrem caladas?

Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos, porque têm medo de apanhar ainda mais ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. E ainda tem também aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”. 

Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a mãe ou irmã, ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho. Já o número de mulheres que recorrem à polícia é ainda menor. Isso acontece principalmente no caso de ameaça com arma de fogo, depois de espancamentos com fraturas ou cortes e ameaças aos filhos.

Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é agressão física, como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou a violência carnal, sendo todos atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos, ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; 


Acostumamo-nos a considerar como violência somente os atos que provocam algum tipo de lesão física. No entanto, a violência também ocorre na forma de destruição de bens, ofensas, intimidação das filhas e dos filhos, humilhações, ameaças e uma série de atitudes de agressão e desprezo; situações que desrespeitam os direitos das mulheres, seja na rua, nas escolas, nos consultórios, nos ônibus, nas festas e, sobretudo, em casa.

TIPOS DE VIOLÊNCIA :
Violência sexual; 

Violência física e emocional; 
Violência psicológica; 
Violência religiosa; 
Violência social. 



Como normalmente os homens são os mais fortes e, na sua formação ainda trazem arraigado o conceito de ser o chefe e ter o direito sobre sua família; é ele que normalmente agride seus familiares.
Para proteger as mulheres contra a violência dentro de suas casas, foi promulgada em 07 de agosto de 2006 a Lei 11340/06 batizada de Maria da Penha em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica devido a um tiro que levou do marido. Ela se tornou o ícone da luta contra a impunidade dos agressores no lar.


Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois agindo assim ela esta se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a ocultação do crime sofrido, não vamos encontrar soluções para o problema.


O que pode ser feito?


As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas vão às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica. 


A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres.


Como funciona a denúncia ?


Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor. 
Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de um advogado para entrar com uma ação na Justiça. Se ela não tiver dinheiro, o Estado pode nomear um advogado ou advogada para defendê-la. 

Muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante.
Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos.


Mulheres tenham consciência de seus direitos:

1. Violência doméstica são as agressões físicas e sexuais, como também as psicológicas, morais e patrimoniais; 

2. A mulher vítima tem direito à toda a proteção necessária: 

• encaminhamento para atendimento médico e 

• exame de corpo de delito no Instituto Médio legal e 

• transporte e abrigos seguros, em caso de risco de morte.


A lei Maria da Penha permite prisão em flagrante;

 A prisão preventiva pode ser decretada se houver riscos de a mulher ser novamente agredida; 


Como combater a violência doméstica contra a mulher?

As mulheres que sofrem agressões em casa ficam aterrorizadas e não vão a uma delegacia, mas procuram tendimento médico. São nestes lugares que as mulheres devem ser orientadas como se defender.

Os médicos depois de atenderem as vítimas de agressão doméstica devem além da notificação obrigatória às autoridades policiais, encaminhá-las  para um Centro de Referência de Mulheres.
- Estes centros continuariam a cuidar da mulher-vítima encaminhando-a para a delegacia a fim de formalizar a denúncia e depois oferecer tratamento psicológico.


A lei Maria da Penha só vai realmente ser colocada em prática se as mulheres-vítimas souberem como podem ser protegidas por ela!
A omissão da denúncia sustenta a violência e é cúmplice da impunidade.
O seu silêncio é sua condenação a mais agressões. 
Mulher denuncie sem medo e peça proteção!