sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Maternidade e culpa são companheiras. Caminham de braços dados. Todas as mães conhecem esse sentimento. Se você é mãe de anjo, provavelmente também experimentou a tal culpa. Ela é amiga da dor e juntas, traiçoeiramente, elas nos perseguem. Após a perda surge em nós diversos tipos de culpas. Um dos mais frequentes, é a responsabilidade pelo que aconteceu. Sim, nós nos culpamos pela morte do nosso filho. Buscamos um motivo, ainda que inocente, causador da perda. Questionamos se podíamos ter feito algo diferente, ou o que fizemos de errado, considerando que tínhamos poder sobre a morte e conseguiríamos preservar a vida.Tentamos justificar o injustificável. A culpa começa a gerar lamúria e uma tortura mental. Nossas culpas são, muitas vezes, abusurdas, ilógicas e insensatas. Racionalmente não fazem sentido. Não se culpe por algo que você não pôde escolher. Aconteceu, apenas. Alguns porquês nós nunca tomaremos conhecimento. Certas respostas nunca existirão para nós, porque fogem a nossa capacidade compreensiva, pois fazem parte da esfera de coisas eternas, que só Deus sabe. Você daria a sua vida por ele. A culpa não é sua. Você não fez essa escolha. Se você tivesse alternativa, seu filho estaria nos seus braços. Trabalhe sua mente para se livrar desse sentimento tóxico. Para sobreviver, perdoe-se. Você não falhou. Você fez o possível no momento. Não permita que a culpa se torne moradora do seu íntimo.Viva da melhor maneira possível. Por amor ao seu filho, livre-se da culpa que não lhe pertence. Continue horando a sua maternidade com dignidade. Se despeça dessa inimiga antiga. Você merece ser feliz, ainda que metade do seu coração esteja no céu. Aprenda com o luto e o ressignifique. Dê asas ao amor. Você não precisa carregar mais esse peso.
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Por: Helen

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